quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Encontrados. E agora, cético?


Os garotos aí de cima, Kevin França Lopes (10) e Vitor Manolio Rogers (11), estavam desaparecidos desde a tarde de ontem (31) na capital alagoana e foram encontrados à noite por alguém que os reconheceu em sites e nos compartilhamentos da informação via mídias sociais sociais.

O fato, além de gerar comoção em alguns que viram o desfecho positivo do caso, abre discussão para a importância das mídias sociais enquanto difundidoras de informações como esta, que acabam se tornando uma iniciativa de solidariedade social por quem contribui com o objetivo das imagens.




Há pelo menos dois tipos de usuários na rede em relação a campanhas como essas: 1) aqueles que contribuem considerando a relevância do ato ou mesmo sem considerar a relevância, apenas compartilhando por compartilhar e 2), aqueles que criticam arduamente toda e qualquer forma de compartilhamento por duvidarem incessantemente da possibilidade de sucesso do ato online. Geralmente estes últimos o fazem por um ceticismo em relação ao poder das mídias sociais, acreditando que a vida virtual não faz parte da vida real por não ser uma categoria offline. São usuários que usam a rede para determinados fins, e que ridicularizam os que a utilizam para fins diversos, como os dessas campanhas. Afirmando serem desnecessárias pequenas ações como a campanha que contribuiu para a localização dos garotos, acreditam que não pode existir mobilização de compartilhamento de informações a não ser a panfletagem nas ruas, por exemplo.

Acredito que a tomada de opinião pelo ceticismo quanto ao poder das mídias não passa de modinha. Há de se reconhecer, por um lado, as limitações do online (o mesmo pode ser tão eficaz quanto ineficaz), o que no entanto não deve ser confundido como ineficácia total. Defendo que ações práticas somadas a essa forma de ciberativismo são mais importantes no campo simbólico e prático do que esse ciberativismo em si; no entanto, por outro lado, aqueles que estão na "moda" do ceticismo quanto as formas de ciberativismo são os que menos contribuem e mais prejudicam campanhas sociais como as que foram potencialmente fundamentais para que alguém encontrasse os garotos Kevin e Vitor. Ao negarem veementemente o efeito prático dessas campanhas, e ao produzirem eles mesmos layouts indicando o ceticismo e fazendo disso campanha online em defesa de tal valor de descrença, acabam por conquistar novos usuários que se desestimulam sobre a eficácia do efeito prático.

Ainda bem que, como contra-ação, a realidade vem à tona para mostrar a potencial façanha do ciberativismo nas mídias sociais enquanto campanhas que incidem positivamente na realidade, conquistando até quem antes era cético.

Matéria do Tudo na Hora sobre o caso:


terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Eis que vem o VI Encontro de Blogueiros de Alagoas!







O que: VI Encontro de Blogueir@s de Alagoas (#ebalagoas – O primeiro de 2012).
Porque: Com o foco na interação e fortalecimento de um grupo que tem voz própria e que colabora direta e indiretamente com o desenvolvimento social e cultural do nosso estado, o #ebalagoas – Encontro de Blogueiros de Alagoas vem crescendo e se tornando parte da história da cultura digital em Alagoas. Blogueir@ ou leitor, venha participar deste encontro, discutir ideias, expôr opiniões, apresentar sugestões e crescer junto com esse grupo que, de tanto escrever, almeja um dia, poder publicar em seus blogs a história do crescimento social, cultural e econômico do estado de Alagoas.
Como: Os encontros de blogueir@s acontecem desde 2011 e já passaram por diversos formatos,  nesta 6a. edição a proposta é de nos reunirmos de um modo mais informal para rever os amigos, fazer novos, e discutir alguns temas de interesse da blogosfera. Na ocasião teremos o início das inscrições para III Prêmio Alagoano de Blogs, o lançamento do novo layout do @PapoBlogueiro, e nos despedirmos do querido amigo e blogueiro @ronaldfar que irá passar três meses em Portugal pesquisando sobre “Midias Sociais na Educação no contexto do Ensino Superior”.
Queremos convidar tod@s @s blogueir@s que participaram das edições anteriores do #ebalagoas, e nas edições do prêmio para participarem conosco. E você que já foi entrevistado pelo blog Papo Blogueiro, não deixe de vir, afinal, o blog surgiu do interesse de homenagear e tornar conhecido os nomes que estão na blogosfera alagoana.
Vamos aproveitar o encontro para discutir, não em formato de palestra, mas sim de um debate saudável e democrático, a respeito de dois temas:
  • Eleições 2012 e as mídias sociais – debater o papel das midias sociais nas eleições desse ano e como ficam as configurações dos candidatos e eleitores nesse contexto.
  • Ganhar dinheiro blogando… é possível ou não? – conversa com blogueiros que já contam com monetização em seus blogs e debate sobre os caminhos viáveis.
Quando: Quarta-feira, dia 15 de Fevereiro, a partir das 19hs.
Onde: Restaurante Dona Feijoada, na Rua Valdo Omena, 332 – Ponta Verde. Depois do bompreço da Sandoval Arrochelas, primeira rua à direita, segue em frente. Fica no segundo quarteirão. Não tem erro. Estaremos lá!
Por @PaulaMontnegro e @ronaldfar


Fonte: Cibercultura Alagoana

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Por trás do fechamento dos sites de compartilhamento

Essa semana tem sido conturbada por uma série de ações do FBI e reações por parte do Anonymous a respeito do fechamento de um dos principais sites de compartilhamento online, o Megaupload. Além da prisão do fechamento do site, o dono Kim Dotcom foi preso e pode pegar 50 anos de prisão por violar uma lei que vale nos Estados Unidos. O fato faz com que vários outros sites comecem a se preocupar e fechar as portas, como é o caso da lista da repercussão do SOPA/PIPA divulgada pelos Anonymous do Brasil:



Por trás do fechamento do Megaupload

Uma teoria sobre o afinco com que o FBI se impôs para fechar primeiramente o site de Kim Dotcom foi divulgada recentemente. De acordo com o O Globo, um novo site (o Megabox) pertencente ao grupo Megaupload estava em desenvolvimento e ameaçava negócios da gravadora, pois forneceria cerca de 90% das receitas arrecadadas diretamente para os artistas parceiros do site. Essa informação teria sido publicada   pelo próprio Kim Dotcom em Dezembro de 2011 e alguns artistas como Kanye West e Snoop Dogg estariam elogiando o site devido a isso.

Por trás da legislação do FBI

Ainda é confuso pensar como uma lei nacional tem efeitos mundiais, pois o Megaupload possuía sua sede fora dos Estados Unidos. Além disso, a votação sobre o SOPA/PIPA foi cancelada para melhor debate sobre a legislação na Internet. Então o que justifica a onda desses fechamentos de sites de compartilhamento?

O fato é que está sendo mostrada ao mundo uma novidade que já não era surpresa para empresários americanos desde o Consenso de Washington, em 1989, quando da determinação de regras sobre os passos futuros da economia mundial. Entre outras coisas, como a redução dos salários, a flexibilização do trabalho e a diminuição do poder do Estado frente os direitos humanos na sociedade global, está justamente a criação de uma lei uniforme de proteção  da propriedade intelectual (conferir em Boaventura de Sousa Santos (Org.) - A Globalização e as Ciências Sociais, 2011, p. 36), uma primeira lei verdadeiramente global, cujas cartas são distribuídas pelos detentores de capital (Banco Mundial, Fundo Monetário Internacional, multinacionais americanas, européias e asiáticas), com tal legislação sendo negociada com países subdesenvolvidos e em desenvolvimento, em troca de acerto de contas e beneficiamento estratégicos da economia sobre esses países. É por isso que não devemos também achar esquisito caso o Brasil aceite essa legislação, fazendo com que sites de compartilhamento de arquivos tupiniquins venham a ser criminalizados tal qual ocorreu com o Megaupload.

A reação dos Anonymous 

Um grupo de hackers criou um site de compartilhamento de arquivos semelhante aos sites que estão fechando. O http://www.anonyupload.com/ , que viverá de doações, não é uma criação do grupo Anonymous, mas tem o apoio deste. A proposta é justamente negar as restrições impostas pelo FBI.

Durante as represálias dos Anonymous nos dias que se seguiam ao fechamento do Megaupload e demais sites, vários sites (de empresas que apoiam o SOPA/PIPA e mais recentemente ACTA em várias partes do mundo) foram congestionados e os principais filmes e músicas da Sony foram disponibilizados para download em formato .torrent.

Estamos prestes a vivenciar o que alguns chamam de "World War Web", cujos conflitos têm impacto mundial e oferecem a necessidade de se repensar os valores por trás das ações consideradas legais e ilegais na rede mundial de computadores.

Carreguem suas armas, traga seus amigos. É mais uma vez um conflito originado pelas relações de detentores de capital e demais seres humanos.



quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Por Uns Bytes de Memória


O ilustrador Gus Morais fez algumas tirinhas importantes para refletir as transformações da internet, e consequentemente, as transformações da vida humana diante dela. Vale a pena conferir!

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

A Timeline do Facebook: uma contribuição para a memória das redes sociais

O Facebook lançou para todos os seus usuários nos últimos meses de 2011 a Timeline, que se trata de uma mudança estrutural no perfil do usuário que permite visualizar numa linha do tempo todas as atualizações executadas. Em relação ao perfil anterior, agora é possível visualizar todas as atualizações ao longo dos anos, além de marcar fotografias e aplicá-las em datas passadas. Dessa forma, a mídia social passa a ter uma serventia a mais, que é o registro histórico da vida do usuário, caso ele deseje.



É de se olhar com críticas a possibilidade de o Facebook funcionar como um grande depositário de informações de pessoas em todas as partes do mundo, podendo tais informações estarem a serviço de determinado governo. Nesse sentido, muitos preferem se resguardar a não exporem sua história voluntariamente, de maneira a procurar outros fins virtuais para registrar sua história em imagens e frases ou mesmo não registrar. Por isso, reconhece-se que o avanço histórico permitido pela Timeline do Facebook tenha 2 vias, uma positiva e negativa, ou uma função que tenha consequências. De toda forma, desde que o usuário aceite compartilhar suas informações e imagens em qualquer mídia social, sempre estará se arriscando a pagar um preço.

Vendo as coisas pelo lado positivo, pensa-se a grande contribuição da Timeline, pois torna possível visualizar posts antigos, independente do tempo distante em que foram escritos. Essa novidade é interessante na medida que o Twitter, depois de ter crescido juntamente com o próprio Facebook em relação ao Orkut no Brasil, não ter oferecido em sua plataforma a possibilidade de resgatar atualizações antigas, tornando o discurso puramente válido enquanto momentâneo. Além disso, a Timeline do Facebook organiza as ações na mídia social, o que ajuda a pesquisar os compartilhamentos de informações desejáveis. Enfim, se utilizada de maneira a beneficiar em meios práticos a vida do usuário, o preço a se pagar por registrar informações talvez não seja tão caro assim. Agora se você odeia bisbilhotices dos (des)conhecidos da própria rede ou de espiões nacionais ou gringos, então mantenha distância.