quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Hoje é dia de EBA!

Hoje, 31 de agosto, é mais um dia de Encontro de Blogueiros de Alagoas (#Ebalagoas), que entra em sua quinta edição. A data do evento coincide com a data em que é comemorado o Dia Internacional do Blog (#blogday). 


Nesta edição, teremos a seguinte programação:


19h – Abertura e boas vindas
19h15 Mesa redonda 1: “Blogosfera e as dimensões da prática ciberativista” com apresentação de@ronadfar@NoGomes e @Marques_JM (cada apresentador terá 10 minutos para explanação sobre o tema e em seguida será aberto ao debate)
20h Mesa redonda 2: “Rentabilidade em blogs: É possível ganhar dinheiro blogando?” Com apresentações de @JoaoKepler@Cleitonmixx e @Tiago_Nogueira. (cada apresentador terá 20 minutos para explanação sobre o tema e em seguida será aberto ao debate). Essa mesa terá como mediador o @Lulavilar ).
21:20h – Abertura oficial das votações do II Prêmio Alagoano de Blogs que conta com Apoio da @Id5web. Será mostrado o processo de votação com orientações de @Eekdcat.
22h – Encerramento.
O evento dessa vez ocorrerá na Faculdade de Administração e Negócios (FAN) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), na rua Barão de Jaraguá, n. 254 em Maceió.
Compareça!

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Nossas mídias sociais de cada dia

Você já contou quantas mídias sociais faz ou já fez parte?
Você já se pegou refletindo sobre o uso que você faz para cada uma delas?
Em geral, acredito termos mais de uma mídia social por necessidades específicas caracterizadas por cada uma que elas nos proporciona. Dentre toda a diversidade de formas de acesso, existem mídias mais parecidas umas com as outras, o que sugerem claramente a existência de uma competição em busca da conquista do usuário. Mas nem assim, tendo aparentes vencedores e perdedores, é possível confirmar que o usuário sepultará uma mídia social em detrimento de outras. Essa afirmativa se segue à análise de minha própria participação em mídias sociais na Internet. Fiz uma contagem de quantas mídias participo, e o resultado me surpreende, por imaginar que apenas me utilizaria de umas 6 delas no total. O Windows Live Messenger, o Skype, o Gtalk, as janelas de conversação do Facebook e o Yahoo Messenger cumprem praticamente as mesmas funções, o que me faria questionar o porquê de não centralizar esses centros de conversações ao invés de mantê-los dispersos. Imediatamente recupero a razão emergindo na necessidade de cada uma dessas mídias semelhantes, pois onde não é possível encontrar uma pessoa dentro de uma determinada mídia, ela pode estar frequentando uma outra que eu também esteja fazendo parte. Se pensarmos o ciberespaço como uma cidade, entenderemos cada mídia social como uma rua ou bairro específico. Muitas vezes encontrarei as mesmas pessoas em todos os locais, mas o que me faz querer "andar" para o distante é justamente a tentativa de encontrar disponível para conversa aqueles que são raros, aqueles mais retraídos ou que só andam em seu próprio bairro. Aqueles que utilizam, no máximo, ou uma ou duas dessas mídias sociais citadas. 










As mídias sociais mais tradicionais (se é que já se pode dizer isso), ou seja, as mais comuns em que as pessoas costumam acessar geralmente concorrem entre si em busca da participação e dedicação do usuário em torno de seu site. O Orkut é massivamente conhecido e bem recebido no Brasil, o Facebook tem uma larga fama fora do país (mas está cada vez mais conseguindo novos usuários em terras tupiniquins) e o Google+ é uma jogada da Google para combater esse crescimento do Facebook e obter sucesso com sua própria mídia social, além de patrocinar o Orkut. Todas essas três (deve-se deixar claro o fato de que existem outras, mas só estou citando as que conheço por fazer parte ativamente) possuem o mesmo sistema de conversação e compartilhamento, o que pode ser redundante às vezes ao usuário. No entanto, diante do embate entre as empresas concorrentes, novos serviços são lançados eventualmente de maneira a pregar o usuário em suas redes e deixar de lado as outras como uma batalha ferrenha de ofertas de serviços. A nós, que apenas assistimos tal digladiamento construtivo, nos resta aproveitar e consumir o que vem de interessante. Por isso é importante fazer parte de mais de uma dessas mídias, até o dia em que uma anunciar sua redenção à outra.





Se eu balizei mídias sociais em tradicionais, é porque há um outro tipo de mídias sociais, com características específicas que me fazem classificá-las como mídias sociais inovadoras. Tal como as demais formas de mídias sociais, existem várias que surgem e se enterram meteoricamente baseado no interesse repentino e de curto prazo dos usuários, mas existem também aquelas que apresentam certa funcionalidade para cada tipo de necessidade buscada pelo usuário. O Formspring.me, por exemplo, é um serviço independente - contudo integrado - ao Twitter e serve como um site de rede social voltado para um sistema de perguntas e respostas baseado na produção de questionários. Trata-se, portanto, de um local específico de conversas para quem quer saber ou aprender algo com alguém e matar sua curiosidade. Para usuários comuns, provavelmente seria uma forma de alavancamento do narcisismo, tão comum já em várias mídias sociais. Acredito que o Formspring.me está sendo cada vez mais enterrado pelos usuários comuns da rede por talvez ter se tornado um local de aborrecimento do que interação, dada a ausência de interesse dos próprios usuários em perguntar-se uns aos outros. Por outro lado, no entanto, trata-se de um mecanismo importante de conversação entre empresas e clientes e blogueiros e leitores.

Outro site integrado ao Twitter é o Foursquare, site de rastreamento da posição do indivíduo que participa dessa mídia social. Provavelmente o interesse nisso por parte do usuário está entre descobrir quais das pessoas que você tem adicionado ao site está no mesmo lugar que você ou mesmo você mostrar por onde anda geralmente (uma forma de exposição de seu capital social ou cultural baseado nas suas andanças registradas). O Foursquare também possui um sistema de recompensas onde o número de check-ins de diversidade de espaços visitados produz ao usuário do site um determinado status.

Por fim, o Twitter é uma mídia/microblog voltada para a manifestação em tempo real de ideias, sentimentos e informações por parte dos usuários que dele fazem parte. Tendo um sistema de interação entre seguidores e seguidos, é uma mídia social que, apesar de uma estrutura simples se comparado às mídias sociais "tradicionais" que possuem o mesmo sistema de steaming em tempo real, angariou vários fãs e se tornou uma das principais fontes de informação e entretenimento no mundo, de maneira que várias outras mídias tentam se integrar a essa mídia social de divulgações.




Mídias com funcionalidades voltadas a menor conversação mas a uma maior centralidade no compartilhamento, como é o caso das mídias sociais "culturais", como é o caso do Youtube, Last.FM e MySpace cumprem papeis específicos entre si. Um une universalmente o compartilhamento de vídeos, o que enfraquece outros sites com a mesma proposta. Outro oferece (oferecia até um tempo atrás com gratuidade) um sistema de rádios on-line programada por você ou escolhida aleatoriamente de acordo com os seus gostos musicais principais. O terceiro, é importante para a centralização de fãs e artistas em torno de uma estrutura que une informações de uma banda, por exemplo, sua agenda, seus releases e suas músicas para audição ou download. Cada uma dessas mídias é importante no sentido da diversificação do consumo da cultura na Internet, e ter participação nas redes que fazem parte dessas respectivas mídias ajuda ao consumidor na diversidade de produtos culturais selecionáveis.




O Blogger, por sua vez, é mais um sistema de blogging do que um site de redes sociais. Mas sua função enquanto mídia social está em que é possível ao usuário do serviço listar seus blogs preferidos e lê-los como um jornal digital. Além disso, permite comentários em cada postagem e a demarcação da qualificação da postagem baseado na opinião do leitor. É um dos principais meios de divulgação de ideias longas e de debates com os que participam da rede social do serviço.
O Flickr e o Twitpic são mais locais de compartilhamento e de albuns ou fotografias soltas do que propriamente mídias sociais, mas não perdem esta qualidade por serem possíveis de permitir o diálogo mediante os comentários sobre as fotos. Uma das características do Flickr em relação a outras mídias de compartilhamento imagético é que este permite a visualização da imagem e seu não-salvamento em Jpeg, mantendo a imagem com sua qualidade original em poder daquele que detém direitos sobre a mesma. O Twitpic, por sua vez, não apresenta este sistema de segurança, no entanto tornou-se popular como uma forma de vincular diretamente ao Twitter um serviço de divulgação de imagens, assim como outros sites de compartilhamento imagético fazem.

 


Por fim, um site de rede social que eu torci muito para que desse certo, mas não parece vingar: o tupiniquim EbaH!, site de compartilhamento acadêmico que tem a estrutura parecida com o Orkut. Apesar de um número relativamente grande de usuários e de comunidades com temas científicos e acadêmicos, o site não é levado muito a sério por não haver visibilidade nos processos de compartilhamento nem atualizações. Isso se deve talvez porque seus usuários não estejam voltados à exploração da proposta do site ou mesmo sem disposição em torná-lo um bom local de debate. Acredito que algumas pessoas apenas se utilizam do site para fazer alguma coisa interessante pra área acadêmica, mas certamente não tem a ver com minha área de estudo, dado que estou ainda no aguardo de atualizações. A própria estrutura básica de design no site sugere que seus próprios desenvolvedores não se importam com a necessidade de alavancar novos usuários. Assim, o EbaH! se torna só mais um projeto jogado no ciberespaço sem seu devido valor e reconhecimento investidos.








segunda-feira, 22 de agosto de 2011

O Digital Marketing 2.0


Vem aí o Digital Marketing 2.0, um evento sobre Marketing Digital e Mídias Sociais.

O objetivo é mostrar para usuários os requisitos básicos do Marketing Digital e Mídias Sociais, focando no relacionamento 2.0, na troca de informação, do conteúdo livre feito por todos e para todos.
Também busca-se mostrar para os profissionais de Marketing e Empresários o poder do Marketing Digital, focando no relacionamento 2.0, o quanto é importante trocar informações com seus clientes, saber o que falam da sua marca e quais produtos ou serviços estão interessados e, posteriormente criar ações de "crowdsourcing".

É, sobretudo, uma forma de discutir as potencialidades do Marketing Digital na rede considerando tipos de relações desenvolvidos pela internet, de maneira a orientar-se no ciberespaço no intuito de estar apto a lidar com o cliente, por um lado, e com o empreendedor, por outro.


Palestrantes: @JoaoKepler, @rsavio, @GabrieLeite, @ThalesBrandao, @ronaldfar, @Du_Cavalcante, @anabrigidalopes e @WeltonRoberto


Não deixe de participar! Mais informações no site http://www.digitalmarketing20.com/

Siga o Digital Marketing 2.0 no Twitter: @DigitalMkt20

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

O Twittão e o sucesso dos eventos tuiteiros

Um evento histórico. Assim foi o TwittÃo (Encontro de Tuiteiros de União dos Palmares), realizado no auditório da prefeitura de União dos Palmares, Alagoas, no dia 06 de agosto de 2011. Com a participação de tuiteiros de várias cidades do estado além da presença marcante dos moradores palmarinos, foi possível perceber o quanto os eventos de mídias sociais no interior estão cada vez mais adquirindo uma proporção  importante para fins sociais imprescindíveis. 

Foto por João Paulo de Farias

Sem dúvida, eventos assim possibilitam um espaço importante para se praticar relacionamentos construídos na web, contrariando muitas teorias que insistem em dizer estarmos cada vez mais isolados ao passo em que nossa relação com a internet aumenta.

Ao passo que percebemos esta realidade acontecer, presenciamos também conjuntamente um sentimento de que as coisas estão se direcionando para a construção de uma nova realidade na nossa sociedade - seja ela local ou global. Além disso, especificamente, temos percebido que esta realidade não parece tender a se tornar uma reprodução do que tem sido, mas uma verdadeira proposta de rompimento com os atuais laços tradicionais que determinavam até então relações sociais e visões de mundo em nosso estado. Os eventos que propagam encontros de Tuiteiros e Blogueiros em Alagoas tem mostrado que diferentes gerações de pessoas tem compartilhado e debatido acerca de diversas temáticas que envolvem a rede e, sobretudo, a cidadania na rede e política. Temos aprendido a cada evento sobre o que é o ciberespaço e o que podemos fazer dentro dele na busca de uma sociedade mais justa. Temos, finalmente, construído espaços de reflexão e de ampliação de nosso ponto de vista acerca do que nos rodeia na vida prática. 

O calor de um evento onde há o encontro de pessoas com ideais comuns ou mesmo o fato de se utilizarem de uma mídia social em comum é necessário para mostrar que o que se cria na Internet não precisa terminar na Internet. Sem dúvida, posso dizer que saí do TwittÃo (assim como os EBAs que participei, o Social Media Day e o Twittarcy) com mais companheiros de luta e amigos do que quando entrei naquela sala cheia de pessoas desconhecidas ou conhecidas somente na rede.



A crença de que estamos no caminho certo se corrobora mais ainda quando percebemos que duramos por quase dois turnos com a hashtag #NoTwittAO nos trending topics do Brasil (isso mesmo, os TTBr), algo que surpreendeu a todos e fez vibrar em podermos estar compartilhando o sucesso de nossos eventos regionais com todo o país, mostrando a força que os alagoanos tem em se mobilizar. Como disse @CanAlmeida em tons de expressão capazes de produzir orgulho em qualquer um, aquele foi um momento único e histórico, o qual devíamos manter a percepção de nossa capacidade em mostrar para o Brasil que Alagoas já não se limita às estatísticas de crimes, analfabetismo e abandono, como temos sido frequentemente estigmatizados. Uma nova realidade estamos mostrando ao resto do país ao passo que também a ela somos apresentados. E assim deve ser com os próximos eventos organizados na internet e objetivados por aqueles que querem cada vez mais fazer parte desse movimento arrasador e empolgante.

Em vias de considerações finais, ressalto o trabalho magnífico de todos os organizadores do TwittÃo e o apoio que o evento recebeu de todos os patrocinadores, além das autoridades locais que forneceram espaço para o evento. É mais uma vez a sociedade civil, o governo local e a sociedade privada trabalhando juntos para fazer acontecer espaços de desenvolvimento. Uma semente está sendo plantada em cada cidade  que comporta eventos como esses, resta-nos mantê-la e assim veremos o quanto estamos contribuindo para a transformação de nossa realidade local.


Obs: Sigam os bons! Organizadores do @_Twittao: @dallasdiego, @AndresonMelo, @zemauniao, @WenndellAmaral




Repercussão do evento na rede:


http://www.cadernob.net/2011/08/notwittao.html

http://www.mundaunoticias.com/2011/08/uniao-dos-palmares-e-sede-do-3-encontro.html

http://vipsacesso.blogspot.com/2011/08/twittao-foi-um-grande-sucesso.html

http://www.jmarcelofotos.com/2011/08/1-encontro-de-twitteiros-em-uniao-dos.html

http://cadaminuto.com.br/noticia/2011/08/07/uniao-dos-palmares-realiza-primeiro-encontro-de-twitteiros

http://cadaminuto.com.br/blog/josivaldo-ramos#132466

http://cadaminuto.com.br/noticia/2011/08/07/uniao-dos-palmares-realiza-primeiro-encontro-de-twitteiros

http://www.orelampago.com.br/vernoticia.php?id=635

http://www.primeiraedicao.com.br/blog/railton-teixeira


sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Estaríamos em direção a um Anarquismo Digital?

 

É cedo para se ter certeza, mas já é chegada a hora das especulações. Estaríamos nós, usuários da rede de internet, conectados a outros e cientes de algumas possibilidades na rede fazendo parte de um anarquismo digital?

Quando estamos tratando de "anarquia", geralmente costumamos associar a uma ideia socialmente compartilhada pela nossa realidade cotidiana, fruto de uma tentativa de negação de sua possibilidade conceitual real por quem desejara essa concepção equivocada. Logo, essa ideia banalizada e popular de anarquia e chega a ser contraditória à ideia própria ideia conceitual. 

Portanto, para tirar o preconceito do conceito, vamos ao que diz a Wikipédia, nossa enciclopédia virtual:

"Anarquia significa ausência de coerção e não a ausência de ordem. A noção equivocada de que anarquia é sinônimo de caos se popularizou entre o fim do século XIX e o início do século XX, através dos meios de comunicação e de propaganda patronais, mantidos por instituições políticas e religiosas. Nesse período, em razão do grau elevado de organização dos segmentos operários, de fundo libertário, surgiram inúmeras campanhas antianarquistas. Outro equívoco banal é se considerar anarquia como sendo a ausência de laços de solidariedade (indiferença) entre os homens. À ausência de ordem - ideia externa aos princípios anarquistas -, dá-se o nome de 'anomia'."

Citado isto, vamos ao que interessa: por que se diz que hoje poderia haver um espaço para o Anarquismo Digital? O que é Anarquismo Digital?



A sensação de uma expectativa otimista para com a atual conjuntura política e social global voltada para o exercimento de uma cidadania universal provocada pelo desenvolvimento tecnológico a um ponto em que o indivíduo se vê como o centro do consumo, o motor e a mercadoria ao mesmo tempo, parece inaugurar uma série de expectativas libertárias justificadas pelo aumento do exercimento da política enquanto esta se aproxima do cotidiano humano. É aquela ideia de participar sem muitas vezes precisar sair de casa para ir a um protesto em dias de chuva, apenas num clique para apoiar uma ideia, assinar uma petição, repassar uma ideia em prol de valores políticos, sociais - humanos em geral. Sabemos que, para a funcionalidade eficaz de um movimento social (entendido como um dos fatores essenciais à busca de conquista de direitos além da obrigação do papel do Estado), é preciso algumas características básicas. O sociólogo Alberto Melucci, na tentativa de uma teorização geral a para as organizações sociais caracterizadas como os novos movimentos sociais, elabora 3 fatores essenciais para a realização deste movimento: a) Solidariedade, b) a manifestação de um confito, c) o rompimento dos limites de compatibilidade do sistema em relação à ação em pauta.

Entendendo que a solidariedade se dá pelo reconhecimento dos indivíduos participantes de um movimento social a partir do compartilhamento de valores e anseios comuns, dentre outras coisas, é que é possível vislumbrar o conceito de Anarquismo Digital enquanto um desses valores que poderiam potencializar nos indivíduos formas de consciência capazes transformar uma determinada realidade a partir da mobilização, seja on-line, seja prática.

Tendo este post a função de produzir uma reflexão, este conceito foi cunhado enquanto um tipo ideal de conscientização social. Não se trata de discorrer sobre o que já existe, mas sobre uma, dentre tantas outras, possibilidades de se tornar uma realidade de acordo com nossas condições existenciais e técnicas. Abaixo, seguem algumas características do que se poderia fortalecer o discurso em defesa de um anarquismo digital.

  • A tecnologia hoje permite, pela primeira vez, o poder e o discurso se aproximar das mãos dos que outrora eram dominados em diversas esferas (religiosa, cultural, política, social, política e econômica) por outros agentes de uma sociedade antagônica;
  • Se antes éramos condicionados a (re)produzir gostos determinados pela mídia já "tradicional" como a TV, o Rádio e os Jornais, a condição que se impõe para nós hoje é de sermos mais livres para escolher o que consumir em termos de informação, sendo esta a principal jóia da sociedade contemporânea;
  • A prática política se aproxima do cidadão à medida que este está interligado e voltado para o exercimento de uma cidadania pautada pelos direitos humanos globais;
  • Dos movimentos ciberativistas mais simples aos mais práticos, é mais fácil se organizar na rede virtual. Uma das principais características da internet é a redução do espaço físico enquanto um problema. Somada à acessibilidade maior de deslocamento espacial, as condições de mobilidade entre indivíduos são hoje as melhores;
  • O poder de decisão passa cada vez mais do produtor ao consumidor na sociedade capitalista. Este se vê na situação de ser ouvido e de se manifestar, caso se sinta lesado por alguma empresa. Sua palavra é sua principal munição, sua principal arma são os sites de rede social;
  • Os agentes libertários do anarquismo digital seriam os desenvolvedores de softwares opensource.
  • Os mantenedores deste valor político seriam os cidadãos interligados e participativos da rede, onde direcionariam suas práticas na rede, além da busca por lazer, trabalho, dentre outras coisas, pela mobilização em prol de valores humanos compartilhados globalmente, como a garantia de direitos humanos para regiões mais remotas do globo, partindo uma força de apoio e reivindicações do global para o local;
  • Para além do valor político, o anarquismo digital também perceberia na possibilidade do estreitamento das relações entre artistas e admiradores, fãs e ídolos em sites de redes sociais e outras instâncias, de maneira que as eventuais "divinizações" alienantes outrora existentes fossem reduzidas ou mesmo desconstruídas.


Para esse anarquismo digital se tornar uma realidade, no entanto, é preciso reconhecer os riscos da vida em rede. Como bem nos alerta Jean-Paul Sartre, a liberdade é também opressora. Nossas escolhas podem não confluir para o desenvolvimento de uma solidariedade humana, mas para um narcisismo determinado pela própria arquitetura da rede. É preciso haver reflexão sobre o que decidimos consumir hoje, e termos em mente que estamos em condições de modificar nossas práticas para uma preocupação mais humana com o mundo e menos mecanicista. O desafio, caro leitor, é reconhecer e combater o hábito do consumismo individualista que continua a ser desenvolvido pelas empresas e modificar o uso de determinadas estruturas virtuais para ações que beneficiem o ser humano de um modo geral. Há muito por se fazer, mas é de certa forma possível dizer que estamos, mais do que nunca, com as ferramentas necessárias nas mãos.

E aí, o que você acha? Estaríamos em direção a um Anarquismo Digital?