terça-feira, 23 de agosto de 2011

Nossas mídias sociais de cada dia

Você já contou quantas mídias sociais faz ou já fez parte?
Você já se pegou refletindo sobre o uso que você faz para cada uma delas?
Em geral, acredito termos mais de uma mídia social por necessidades específicas caracterizadas por cada uma que elas nos proporciona. Dentre toda a diversidade de formas de acesso, existem mídias mais parecidas umas com as outras, o que sugerem claramente a existência de uma competição em busca da conquista do usuário. Mas nem assim, tendo aparentes vencedores e perdedores, é possível confirmar que o usuário sepultará uma mídia social em detrimento de outras. Essa afirmativa se segue à análise de minha própria participação em mídias sociais na Internet. Fiz uma contagem de quantas mídias participo, e o resultado me surpreende, por imaginar que apenas me utilizaria de umas 6 delas no total. O Windows Live Messenger, o Skype, o Gtalk, as janelas de conversação do Facebook e o Yahoo Messenger cumprem praticamente as mesmas funções, o que me faria questionar o porquê de não centralizar esses centros de conversações ao invés de mantê-los dispersos. Imediatamente recupero a razão emergindo na necessidade de cada uma dessas mídias semelhantes, pois onde não é possível encontrar uma pessoa dentro de uma determinada mídia, ela pode estar frequentando uma outra que eu também esteja fazendo parte. Se pensarmos o ciberespaço como uma cidade, entenderemos cada mídia social como uma rua ou bairro específico. Muitas vezes encontrarei as mesmas pessoas em todos os locais, mas o que me faz querer "andar" para o distante é justamente a tentativa de encontrar disponível para conversa aqueles que são raros, aqueles mais retraídos ou que só andam em seu próprio bairro. Aqueles que utilizam, no máximo, ou uma ou duas dessas mídias sociais citadas. 










As mídias sociais mais tradicionais (se é que já se pode dizer isso), ou seja, as mais comuns em que as pessoas costumam acessar geralmente concorrem entre si em busca da participação e dedicação do usuário em torno de seu site. O Orkut é massivamente conhecido e bem recebido no Brasil, o Facebook tem uma larga fama fora do país (mas está cada vez mais conseguindo novos usuários em terras tupiniquins) e o Google+ é uma jogada da Google para combater esse crescimento do Facebook e obter sucesso com sua própria mídia social, além de patrocinar o Orkut. Todas essas três (deve-se deixar claro o fato de que existem outras, mas só estou citando as que conheço por fazer parte ativamente) possuem o mesmo sistema de conversação e compartilhamento, o que pode ser redundante às vezes ao usuário. No entanto, diante do embate entre as empresas concorrentes, novos serviços são lançados eventualmente de maneira a pregar o usuário em suas redes e deixar de lado as outras como uma batalha ferrenha de ofertas de serviços. A nós, que apenas assistimos tal digladiamento construtivo, nos resta aproveitar e consumir o que vem de interessante. Por isso é importante fazer parte de mais de uma dessas mídias, até o dia em que uma anunciar sua redenção à outra.





Se eu balizei mídias sociais em tradicionais, é porque há um outro tipo de mídias sociais, com características específicas que me fazem classificá-las como mídias sociais inovadoras. Tal como as demais formas de mídias sociais, existem várias que surgem e se enterram meteoricamente baseado no interesse repentino e de curto prazo dos usuários, mas existem também aquelas que apresentam certa funcionalidade para cada tipo de necessidade buscada pelo usuário. O Formspring.me, por exemplo, é um serviço independente - contudo integrado - ao Twitter e serve como um site de rede social voltado para um sistema de perguntas e respostas baseado na produção de questionários. Trata-se, portanto, de um local específico de conversas para quem quer saber ou aprender algo com alguém e matar sua curiosidade. Para usuários comuns, provavelmente seria uma forma de alavancamento do narcisismo, tão comum já em várias mídias sociais. Acredito que o Formspring.me está sendo cada vez mais enterrado pelos usuários comuns da rede por talvez ter se tornado um local de aborrecimento do que interação, dada a ausência de interesse dos próprios usuários em perguntar-se uns aos outros. Por outro lado, no entanto, trata-se de um mecanismo importante de conversação entre empresas e clientes e blogueiros e leitores.

Outro site integrado ao Twitter é o Foursquare, site de rastreamento da posição do indivíduo que participa dessa mídia social. Provavelmente o interesse nisso por parte do usuário está entre descobrir quais das pessoas que você tem adicionado ao site está no mesmo lugar que você ou mesmo você mostrar por onde anda geralmente (uma forma de exposição de seu capital social ou cultural baseado nas suas andanças registradas). O Foursquare também possui um sistema de recompensas onde o número de check-ins de diversidade de espaços visitados produz ao usuário do site um determinado status.

Por fim, o Twitter é uma mídia/microblog voltada para a manifestação em tempo real de ideias, sentimentos e informações por parte dos usuários que dele fazem parte. Tendo um sistema de interação entre seguidores e seguidos, é uma mídia social que, apesar de uma estrutura simples se comparado às mídias sociais "tradicionais" que possuem o mesmo sistema de steaming em tempo real, angariou vários fãs e se tornou uma das principais fontes de informação e entretenimento no mundo, de maneira que várias outras mídias tentam se integrar a essa mídia social de divulgações.




Mídias com funcionalidades voltadas a menor conversação mas a uma maior centralidade no compartilhamento, como é o caso das mídias sociais "culturais", como é o caso do Youtube, Last.FM e MySpace cumprem papeis específicos entre si. Um une universalmente o compartilhamento de vídeos, o que enfraquece outros sites com a mesma proposta. Outro oferece (oferecia até um tempo atrás com gratuidade) um sistema de rádios on-line programada por você ou escolhida aleatoriamente de acordo com os seus gostos musicais principais. O terceiro, é importante para a centralização de fãs e artistas em torno de uma estrutura que une informações de uma banda, por exemplo, sua agenda, seus releases e suas músicas para audição ou download. Cada uma dessas mídias é importante no sentido da diversificação do consumo da cultura na Internet, e ter participação nas redes que fazem parte dessas respectivas mídias ajuda ao consumidor na diversidade de produtos culturais selecionáveis.




O Blogger, por sua vez, é mais um sistema de blogging do que um site de redes sociais. Mas sua função enquanto mídia social está em que é possível ao usuário do serviço listar seus blogs preferidos e lê-los como um jornal digital. Além disso, permite comentários em cada postagem e a demarcação da qualificação da postagem baseado na opinião do leitor. É um dos principais meios de divulgação de ideias longas e de debates com os que participam da rede social do serviço.
O Flickr e o Twitpic são mais locais de compartilhamento e de albuns ou fotografias soltas do que propriamente mídias sociais, mas não perdem esta qualidade por serem possíveis de permitir o diálogo mediante os comentários sobre as fotos. Uma das características do Flickr em relação a outras mídias de compartilhamento imagético é que este permite a visualização da imagem e seu não-salvamento em Jpeg, mantendo a imagem com sua qualidade original em poder daquele que detém direitos sobre a mesma. O Twitpic, por sua vez, não apresenta este sistema de segurança, no entanto tornou-se popular como uma forma de vincular diretamente ao Twitter um serviço de divulgação de imagens, assim como outros sites de compartilhamento imagético fazem.

 


Por fim, um site de rede social que eu torci muito para que desse certo, mas não parece vingar: o tupiniquim EbaH!, site de compartilhamento acadêmico que tem a estrutura parecida com o Orkut. Apesar de um número relativamente grande de usuários e de comunidades com temas científicos e acadêmicos, o site não é levado muito a sério por não haver visibilidade nos processos de compartilhamento nem atualizações. Isso se deve talvez porque seus usuários não estejam voltados à exploração da proposta do site ou mesmo sem disposição em torná-lo um bom local de debate. Acredito que algumas pessoas apenas se utilizam do site para fazer alguma coisa interessante pra área acadêmica, mas certamente não tem a ver com minha área de estudo, dado que estou ainda no aguardo de atualizações. A própria estrutura básica de design no site sugere que seus próprios desenvolvedores não se importam com a necessidade de alavancar novos usuários. Assim, o EbaH! se torna só mais um projeto jogado no ciberespaço sem seu devido valor e reconhecimento investidos.








Um comentário:

  1. Muito interessante a sua explanação sobre cada mídia social. Hoje vários de nós são reféns delas, mas alguns sabem usá-las muito bem ao seu desenvolvimento e interação.

    Abs,

    '@richardplacido

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