quarta-feira, 29 de junho de 2011

Para onde a Tecnologia Pode nos Levar?



        Marx talvez tenha sido o grande indutor de uma reflexão que hoje se torna importante para compreender o mundo tecnológico contemporâneo: a relação homem/técnica. Ao dizer que a situação social do indivíduo é ponto determinante de sua consciência, Marx destaca que a posição que o indivíduo ocupa numa sociedade é capaz de direcionar os desejos de um indivíduo, de acordo com as necessidades criadas por este dentro de uma determinada estrutura social. Ora, dessa forma, a técnica surge como mediadora fundamental para o indivíduo obter objetos necessitados, e ele o faz mediante o trabalho. Conforme a técnica se desenvolve, novas necessidades surgem. Pensando nos dias de hoje a partir desta perspectiva, a técnica se complexifica a ponto de carecer da contribuição da ciência; assim, a técnica passa a depender da tecnologia, esta por sua vez incitada a avançar mediante as necessidades (também complexificadas) da sociedade, esta de organização capitalista. Os valores produzidos dentro do sistema capitalista permanecem até hoje, mas é difícil separá-los dos valores da modernidade, assim como é complicado inferir que querem dizer que significam a mesma coisa. Dessa forma, não há consenso em dizer que necessariamente a infra-estrutura determina a superestrutura. Acredito, de maneira particular, que modernidade não é sinônimo de capitalismo, ainda que coexistentes e complementares.

         Para pensar as transformações do capitalismo numa sociedade informatizada e globalizada a partir desta ótica marxista, temos autores como Milton Santos. Este foi um grande continuador do pensamento de Marx ao considerar a dinâmica da globalização e as transformações contemporâneas como uma nova etapa do capitalismo, mais caótico do que antes e mantendo as relações de exclusão. Para Santos, a nova configuração social é vista de maneira perversa, mas defende que haja uma globalização (fenômeno que já não se pode voltar atrás) mais humanizada, calcada em valores críticos do capitalismo, a partir de suas crises e das descobertas de sua perversividade pela sociedade conscientizada.

         Durante todo o século XX existiram ainda muitos debates acerca da cultura de massa, de orientação marxista, aplicando a teoria da alienação para buscar compreender formas domínio do consumo da cultura pelas massas populares e a consequente indústria cultural voltada para a produção de bens de consumo. A teoria da cultura de massas (Frankfurtianos) recebeu tanto sustentação da Escola de Frankfurt a respeito dos usos humanos da técnica, por um lado, como críticas por uma orientação que proclamava as capacidades individuais do indivíduo escolher o próprio bem de consumo, ou mesmo formas de discurso (Foucault) que o tornavam fora do agente de moção da história. Esse debate surgiu durante o pós-guerra e possuia consigo um tom de negatismo quanto à ideia de progresso e da razão humana, conduzindo o debate para uma linha filosófica que buscava enterrar as formas básicas da modernidade e inaugurar uma nova etapa (Lyotard).

         A relação homem/técnica feita por Marx participa do debate intrínseco da (pós)modernidade, seja como ponto de continuidade, seja como enterro de sua teoria e a necessidade de se buscar novas formas de pensamento. Hoje, Marx é visto como insuficiente para alguns pensadores, os quais instauram uma nova condição à realidade, a qual a chamam de pós-modernidade ou termos com conceituações semelhantes, pelo fato de a dinâmica do real proporcionada pela nova organização mundial nas instâncias sociais, políticas e econômicas demandarem compreensões a partir da empiria contemporânea. Mas não devemos excluir o fato de que, conforme Marx dissera, a técnica, neste caso somada à tecnologia, está por trás das novas formas de organização social (integrando ao mesmo tempo que excluindo indivíduos e mantendo a dinâmica capitalista da desigualdade, enquanto se nota uma maior politização e conscientização da sociedade em vários lugares do globo acerca de temas diversos, entre eles a ecologia e os massacres étnicos), ao passo que traz a sensação de atemporalidade e de uma realidade dinâmica inédita.

      É bem verdade que, entre os autores de teoria social e filosofia contemporâneos, Marx não foi desconsiderado por completo. Um dos argumentos para os críticos de Marx nos dias de hoje é a respeito do ceticismo quanto ao socialismo, sistema de organização social que teria sido derrubado com o Muro de Berlim no final do século XX. No entanto, existem preocupações atuais que remetem às preocupações marxianas quanto à condição dos indivíduos, e um certo anseio por uma sociedade mais crítica, menos desigual e mais solidária, anseios marxianos. É o caso de Manuell Castells, José Tapias e Anthony Giddens.

       Para Castells, há uma expectativa na "possibilidade de reconquista de um controle mais efetivo do mercado global, o qual não será alcançado através de nenhum tipo de revolução, mas dos esforços coletivos das organizações internacionais e dos países que possuem um interesse comum na regulamentação do capitalismo internacional".* Além disso, acredita que o acesso expandido à internet e o hábito de utilização deste meio pela sociedade tem relação com a existência de um Estado bem-estabelecido e eficaz, voltado às demandas sociais e mediando-se com a configuração do capitalismo contemporâneo.

          Para Tapias, há uma preocupação quanto aos novos excluídos, que para eles são os que não estão na rede. Enquanto existem Internautas, haverão de existir também náufragos, e isso é característico da sociedade capitalista. Para o filósofo, há uma esperança calcada na solidariedade dos internautas, que, em busca de sentido na cultura digital, podem também lidar com o problema da desigualdade. Em outras palavras, o autor acredita no direcionamento do uso da internet (importante canal de comunicação, de demandas aos políticas e de organização de mobilizações) pelos usuários segundo suas necessidades, e estas devem comportar as questões problemáticas da sociedade, como a miséria e questões ambientais.

        Para Giddens, o qual acredita estarmos em sua transição do moderno para o pós-moderno (numa concepção diferente da de Lyotard), estamos presenciando um aumento da reflexividade social, uma vez que estamos propensos a perder, com a dinâmica dessa nova realidade, referências tradicionais, e isso poderia implicar numa concepção de sociedade diferente do que foi até então pensado. No entanto, alerta para o fato de que é inevitável a perca do controle em relação ao nosso próprio futuro, mas acredita que este controle pode tentar ser alcançado mediante a união entre diferentes Estados compartilhando valores comuns, além do fato de que tais Estados se veem na necessidade de considerar os agentes políticos mais próximos da população, como as organizações e movimentos sociais (facilitados na comunicação com a sociedade civil pela existência da internet).

          A questão final: para onde a tecnologia pode nos levar?
         As perspectivas são diversas, mas é possível traçar ao menos alguns anseios comuns: a necessidade de a sociedade ter uma consciência até então inédita para lidar com os problemas do capitalismo, que continuará sendo o sistema econômico diante da revolução tecnológica. É como se a sociedade estivesse responsável  pela mobilização contra opressões, desmatamento, injustiças e desigualdades em geral. Conferir tal papel político é querer conferir um novo estatuto ao conceito de sociedade, ainda tão debatido nos dias de hoje. Mas ressalta sobretudo que agora a sociedade tem nas mãos formas de participar e de influenciar decisões do estado. Basta os indivíduos se organizarem, o que sempre foi um grande problema. Não temos, no fim das contas, noção exata do poder que a sociedade tem, e se ela irá utilizar esse poder em busca de um mundo realmente melhor de se viver.

       No fim das contas, nos encontramos num certo "vácuo teórico". Precisamos, como sempre foi necessário desde a história do pensamento, teorizar para poder agir. Não se pode, hoje, tecer certezas quanto à insuficiência teórica de Marx ou sua aplicabilidade diante do modo como a sociedade configura-se. De mesma forma, não se poderia dizer que Giddens seja mais certo que Castells ou que Tapias se sobressai, ou a realidade não passa do que já foi dito por Bauman. O certo é que devemos compreender a vida social contemporânea segundo uma dinâmica própria, fomentada pelo desenvolvimento do capitalismo e pela participação dos Estados e organizações internacionais nesse processo, onde tal dinâmica revoluciona todos os âmbitos da vida social. Por estarmos no olho do furacão, talvez ainda seja cedo tecermos teorias sustentadas, mas - de toda forma - devemos teorizar sobre a sociedade para fomentar um debate mais apurado - seja ainda em nossa geração de pensadores, seja para as futuras gerações.

*GIDDENS, Anthony. Sociologia. Porto Alegre: Artmed, 2005.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Maceió Social Media Day #smdaymcz


Mais um evento de blogueiros e tuiteiros se aproxima, é o Maceió Social Media Day (#smdaymcz) a ser realizado neste 30 de junho de 2011 na Gtech Cursos, localizado na Av. Gustavo Paiva, 140, ao lado da FITS, a partir das 14h. O evento foi marcado para esta data porque, conforme consta no blog Cibercultura Alagoana, dia 30 de junho é considerado "o Dia Mundial da Mídia Social. Criado pela Mashable, em sua segunda edição, o dia é celebrado por usuários das mídias sociais a partir de encontros combinados por comunidades oficiais criadas no Meetup Mashable. "

O evento abordará a temática "Mídia Social nossa de cada dia" e contará com wi-fi para os presentes, além da transmissão pela internet, no intuito de tornar possível o máximo de participação das pessoas nas discussões que se seguirão.

Clique AQUI para se inscrever na Comunidade Mashable Maceió e avise no Facebook que vai participar clicando AQUI!

Registre qualquer ato coletivo do dia que envolva mídia social e divulgue com a tag #smdaymcz. 
Vamos compartilhar com o mundo o que estará rolando no evento! Vamos celebrar a revolução das mídias sociais juntos no Maceió Social Media Day! 



E no trendsmap.com, em Maceió o assunto mais falado na manhã desta terça-feira é o #smdaymcz!

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quarta-feira, 22 de junho de 2011

#EbaEuFui

O mestre @ronaldfar em sua apresentação.

O IV encontro de blogueiros de Alagoas foi um sucesso. Além de termos a oportunidade de conhecer pessoalmente novos amigos tuiteiros e reencontrar amigos de outros encontros, tivemos a chance de aprender mais sobre direitos na blogosfera, ferramentas de blog, a experiência feminina na blogosfera, as reflexões acerca da tag #coisadeblog e sua repercussão (e a premiação!) na rede, uma bela palestra sobre a influência das redes sociais e uma apresentação muito pertinente sobre Marketing Pessoal na web.
Na foto @CanAlmeida, @Fleming_al e @lulavilar


Blogueiros reunidos para o IV #Ebalagoas no auditório da Biblioteca Central da UFAL

A chuva que atingiu Alagoas neste primeiro dia de inverno não impediu que os blogueiros se reunissem. Lá, figuras conhecidas da blogosfera marcaram presença e tornaram o evento marcante mais uma vez. Impossível ir pra lá e não ter seguido e conhecido novas figuras da blogosfera/tuitosfera.

 
A importância do EBA, como sabemos, se dá pelo fato de que nos reunimos regularmente de maneira a discutir aquilo que nós, blogueiros, temos a oferecer. Seja numa palestra ou numa simples troca de ideia, sempre ganhamos ao participar de algo assim. A institucionalização do evento por nós, participantes já fieis, promove a disseminação do evento e chama atenção de novos participantes, o que faz com que cada vez mais o EBA tenha grandes proporções.

O @marques_jm em sua palestra sobre "O que (posso) blogar?"
@JlinsSilva abordou sobre tópicos especiais sobre ferramentas de blog


As garotas @cynthyalara, @PaulaMontnegro e @Karol_Coelho na conversa sobre a experiência de mulheres na blogosfera

O grande @raphadoisreais falando sobre a influência das redes sociais

@AlbertoAntunes tratando de marketing pessoal na web



@derlanvilela@CanAlmeida@RichardPlacidoEu ganhamos brindes por termos as melhores frases selecionadas no #coisadeblog! Orgulho tá no meio dessa galera!

Mais fotos na página do meu Flickr 

Não segue ainda? Então siga estas pessoas!

@AlbertoAntunes
@raphadoisreais

domingo, 19 de junho de 2011

Blogueiros se reúnem para visitar cidades um ano depois da grande enchente em Alagoas


Foi no dia 18 de Junho de 2010 que várias cidades pernambucanas e alagoanas sofreram com os impactos das chuvas contínuas, ocasionando num transbordamento anormal dos rios, que veio destruindo tudo como tsunami.

#UmAnoEnchentesAL foi o assunto mais comentado na capital alagoana na tarde do sábado, 18/06/11

Blogueiros/Tuiteiros dão sua opinião sobre a enchente a partir da hashtag #UmAnoEnchentesAL
 
Para lembrar a data e verificar o trabalho do Estado, grupo de blogueiros (dentre eles @Marques_JM, @CanAlmeida, @Fleming_al, @ThalesVitor2012 e o pessoal do @SOS_alagoas) visitaram as cidades de Murici, Branquinha, União dos Palmares e São José da Laje e mostraram suas impressões utilizando a hashtag #UmAnoEnchentesAL a respeito do que viam. Algumas imagens foram postadas captando a dura realidade das condições dos sobreviventes das enchentes que perderam suas casas, o que pode dar a ideia da situação que muita gente ainda vive depois de um ano da grande tragédia:

Fila no acampamento de Murici para obtenção de alimentos

Crianças fabricam seus próprios brinquedos com barro

processo de construção das novas residências dos desabrigados em Murici

Em Branquinha, não há ponte. A passagem de uma margem à outra do rio acontece com uma "balsa" improvisada puxada braçalmente

Vídeos para relembrar:







 Alguns links sobre as enchentes:

  • Alguns dias depois da tragédia em Murici, eu fiz um blog para compartilhar algumas imagens que meu primo (@emersonprof) captou das enchentes entre os dias 19 e 21 de junho. Em alguns lugares, a correnteza da água ainda estava presente e forte.
  • Ainda em 2010, foi publicada uma matéria sobre a organização da sociedade no Twitter para ajudar as vítimas da enchente. 
  • O site "A Terra da Liberdade" publicou uma matéria que traça o relato dos dias em que a enchente de junho de 2010 tomou conta de parte da cidade de União dos Palmares.
  • Uma matéria do site de notícias de Alagoas Tudo Na Hora indica que um ano depois das enchentes, mais de 200 obras ainda estão em andamento.

sábado, 11 de junho de 2011

O Encontro de Twitteiros de Murici


Faixa do Encontro de Twitteiros de Murici

 Hoje, 11 de junho de 2011, podemos considerar que é um dia muito importante para a cidade de Murici. Aconteceu durante boa parte do dia o Twittarcy: Encontro de Twitteiros de Murici. Um encontro cujo porte que teve e a aceitação e participação da juventude local no evento não pode deixar de ser considerado como marcante. 

Escrevo este post com duas satisfações: a de poder ver a twittosfera presente na minha pequena Murici e o encontro com amigos twitteiros já de outros encontros fazendo parte desse momento importante - e porque não dizer - histórico.


@lulavilar, eu, @marques_jm e o @vereadoranizao

Integração. Essa é a palavra que resume o evento. Unindo diversas gerações, horizontalizando conversas, se conhecendo e compartilhando expectativas diante de uma conversa bacana sobre redes sociais e seus mais variados usos. Além disso, a moda de encontro de tuiteiros parece estar contaminando outras cidades. Cidades como Quebrangulo, Santana do Ipanema e União dos Palmares foram cogitadas como as próximas que sediarão seu próprio encontro de tuiteiros - e isso é muito importante para a legitimação do espaço virtual, com todas as suas vantagens de usufruir essa nova dimensão da vida.



Aproveitei pra fazer o convite pro pessoal participar do #EBAlagoas

Os organizadores do evento são provenientes de Arapiraca, cidade que inaugurou essa modalidade de encontros virtuais no interior. Os organizadores do TwittAra (nome do evento em Arapiraca) deram uma força no evento de Murici, promovendo a descontração e reflexões acerca dos usos das mídias sociais.


Twitteiros no auditório da Secretaria de Educação de Murici


Agradeço de coração aos organizadores do evento e aos que se esforçaram para trazê-lo para Murici. Isso só fortalece os novos meios de sociabilidade e de participação da juventude em diversos âmbitos sociais com a ferramenta da Internet.

Para ver mais fotos do evento, clique aqui.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

O acesso à Internet como um Direito Humano



Primeiro foi por um Retweet do pensador Pierre Lévy (@plevy), depois uma notícia do site Software Livre Brasil que eu descobri a novidade: a Organização das Nações Unidas passa a reconhecer o acesso à Internet como um direito humano.

Pra quem não tem problemas com o idioma inglês, o relatório oficial da ONU pode ser encontrado clicando aqui .


"Dado que a Internet se tornou uma ferramenta indispensável para realizar uma série de direitos humanos, combate à desigualdade, e acelerar o desenvolvimento eo progresso humano, assegurando o acesso universal à Internet deve ser uma prioridade para todos os estados", disse o relatório de Frank La Rue , um relator especial das Nações Unidas, que escreveu o documento "sobre a promoção ea proteção do direito à liberdade de opinião e de expressão." (Trecho do Los Angeles Times sobre o relatório. Para a matéria completa, leia aqui)

Segundo o portal Software Livre, "A ONU acredita que, seja qual for o crime cometido pela pessoa – mesmo que de violação de direitos autorais ou intelectuais – todo ser humano tem o direito de continuar com acesso a informação e, consequentemente, à internet. Violar este direito, segundo a organização, é violar o Artigo 19, parágrafo 3, do Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos (goo.gl/F61aV), de 1966. De acordo com o Artigo, todo cidadão possui direito à liberdade de expressão e de acesso à informação por qualquer tipo de veículo. O parágrafo 3 leva em consideração que pessoas que tiverem transgredido algum tipo de lei envolvendo meios de comunicação, podem sofrer restrições específicas e não totais, e apenas se as transgressões puserem em risco os direitos e reputações de outros ou a segurança nacional."

Dentre os trechos que considero mais interessantes do relatório, estão os seguintes:

      O Relator Especial acredita que a Internet é um dos instrumentos mais poderosos do século 21 para aumentar a transparência na condução do poderoso acesso à informação, e para facilitar a participação ativa dos cidadãos na construção de sociedades democráticas.

     De fato, a recente onda de manifestações em países do Oriente Médio e na região do Norte Africano tem mostrado o papel fundamental que a Internet pode desempenhar na mobilização da população para pedir justiça, igualdade, responsabilidade e maior respeito pelos direitos humanos. 


 (...)

       Essas plataformas são particularmente úteis em países onde não há meios de comunicação independentes, uma vez que permitem aos indivíduos partilham pontos de vista críticos e para encontrar informações objetivas.

     Além disso, os produtores de mídia tradicional também podem usar a internet para expandir as suas audiências a um custo nominal. Em termos mais gerais, permitindo aos indivíduos a troca de informações e idéias instantaneamente e sem custos além das fronteiras nacionais, a Internet permite o acesso à informação e conhecimento que antes era inatingível.

     Este, por sua vez, contribui para a descoberta da verdade e do progresso da sociedade como um todo.



(...)


    Assim, os Estados devem adotar políticas eficazes e concretas e estratégias -  desenvolvidas em colaboração com pessoas de todos os segmentos da sociedade, incluindo o sector privado, bem como ministérios governamentais relevantes - para tornar a Internet amplamente disponível, acessível e disponível a todos.

O reconhecimento da Internet como um direito humano é fundamental para se pensar os demais direitos e legislações necessárias sobre a rede (e o caráter dessas legislações) que precisam ser debatidas e asseguradas, dada a dinamicidade da cibervida e as entranhas sociais que ela permeia.


*Thanks to the Google Translate.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Programação do IV EBAlagoas

Com o tema Por uma blogosfera ativa, o IV Encontro de Blogueir@s e Tuiteir@s de Alagoas contará com a participação de blogueiros versando sobre assuntos variados, com o objetivo de fortalecer as vozes da blogosfera local. Haverá "palestras, debates e outros espaços que possibilitem a discussão de assunto correntes ao 'fantástico mundo dos blogs', além de um melhor conhecimento mútuo dos blogueiros."

Segue abaixo a programação completa. Para mais informações, acesse o blog  do @ronaldfar


CICLO DE PALESTRAS DO IV ENCONTRO DE BLOGUEIROS DE ALAGOAS

Auditorio da Biblioteca Central da UFAL

Dia: 21/06/2011 – Tema: Por uma Blogosfera Ativa
 
 PALESTRAS

18h35 O que (posso) blogar?
“Aspectos legais sobre produção de conteúdo na blogosfera” por José Marques ( @Marques_JM).

18h50 Debate

19h05 Como blogar (melhor)?
“Tópicos especiais sobre ferramentas de blog” por Jackson Silva ( @jlinssilva).

19h25Debate

19h35 Intervalo

19h45  “Mulheres na blogosfera: relatos de experiencias na blogosfera”.
Blogueiras convidadas: Cynthya Lara, Valná Dantas e Karol Coêlho. Com Ana Paula Montenegro ( @PaulaMontnegro).

20h15  
“#coisadeblog: blogosfera em 140 caracteres”. Com Ronaldo F. Araújo ( @ronaldfar).

PALESTRAS

20h40
“A influência das Redes Sociais” por Raphael Pereira ( @raphadoisreais)

20h55 Debate

21h00
“Marketing Pessoal na web” por Alberto Antunes ( @AlbertoAntunes).

21h20 Debate e encerramento.


FAÇA SUA INSCRIÇÃO AQUI! 
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Manuel Castells e a Anatomia de Uma Revolução

Em 19/02/11, o sociólogo Manuel Castells, aproveitando o fervor das manifestações no Egito que ganharam apoio na rede e resultaram na queda de Mubarak, publicou no jornal espanhol La Vanguardia um texto acerca da importância da Internet para com aquele movimento social.




Segue o texto em português, traduzido por Eduardo Graeff do site http://www.eagora.org.br/


ANATOMIA DE UMA REVOLUÇÃO

Manuel Castells, La Vanguardia, 19/02/11

Não foi uma revolução na internet, mas sem internet esta revolução não teria ocorrido

                     “Se você quer libertar a sociedade dê-lhe internet”, disse Wael Ganim, o mais popular dos que começaram os protestos egípcios no Facebook. El Baradei identifica os jovens nas redes sociais como atores principais da revolução. A realidade é mais complicada. E entender essa complexidade é essencial para caracterizar a primeira grande revolução do século XXI, portadora de sementes de mudança ao mesmo tempo em que mostra as raízes perenes das revoltas: exploração, humilhação e violência. Talvez tudo tenha começado em 6 de abril de 2008 em El Mahalla el Kubra, cidade operária no norte do país, onde dezenas de milhares de trabalhadores têxteis entraram em greve, fizeram manifestações e ocuparam a cidade até serem dispersados a tiros. Ali surgiu o movimento da juventude de 6 de abril, atuante na convocação pela internet das recentes manifestações.
                      Estimulado pela revolução na Tunísia, um desses ativistas, Asmar Mafhuz, postou um vídeo no YouTube em 24 de janeiro e seus colegas distribuíram milhares de panfletos em bairros pobres do Cairo chamando a se manifestar. Simultaneamente, Ganim, um jovem executivo do Google, criou um grupo no Facebook chamado Todo somos Jalid Khalid, o jovem de Alexandria que em junho de 2010 foi espancado pela polícia até a morte num cibercafé por subir um vídeo mostrando a polícia traficando drogas. Ele logo teve 70.000 amigos. No Facebook e Twitter encontraram-se veteranos da luta contra a repressão e milhares de jovens indignados com a injustiça e inspirados por Túnis. Os jovens se comunicaram por seus meios habituais, internet e celular. Mas pensando em ganhar as ruas com lemas copiados da Tunísia: “Fora o regime”, seguido por “A Tunísia é a solução,” em oposição à versão tradicional “O Islã é a solução.” Um movimento espontâneo, pouco islâmico, sem líderes e majoritariamente jovem. Num contexto de lutas sociais e oposição, até então contido pela repressão.
               Não foi uma revolução pela Internet. Mas sem a internet esta revolução concreta não teria ocorrido. Pela internet chegaram as imagens e informações de Túnis. E as redes sociais foram a plataforma de mobilização, de coordenação, de solidariedade e de popularização do objetivo de acabar com Mubarak. Logo se passou do ciberespaço para o espaço urbano. Uma vez na praça Tahrir, e em muitos outros espaços que foram ocupados na Alexandria, Suez e outras cidades, gerou-se uma dinâmica de auto-organização, sem estrutura prévia, que foi se formamdo na solidariedade diante do perigo e na sobrevivência diária.
         Construíram-se chuveiros e latrinas, organizaram-se provisões, prepararam-se defesas e estabeleceram-se canais de comunicação entre a multidão e com o mundo. Esta horizontalidade dos concentrados, que lembra as barricadas das revoluções do passado, permitiu contornar as diferenças ideológicas, religiosas, de sexo, idade e de classe, fundidas num só grito de liberdade e na determinação de morrer por ela se fosse preciso. Foi fundamental a participação das mulheres com seus filhos, ancorando a luta numa resistência não-violenta que os ataques da polícia e de provocadores não conseguiram quebrar. Além disso, a ocupação de um espaço público simbólico permitiu à mídia internacional uma cobertura informativa espetacular e contínua, fazendo o mundo de testemunha e mostrando aos revolucionários sua própria força por meio de canais via satélite em árabe, Al Jazeera em especial. Os meios de comunicação e redes de internet conectaram-se entre si, tanto na informação que recebiam dos manifestantes como na difusão de informações e imagens da mídia pelo Twitter e celulares.
                   E quando o regime tentou quebrar a comunicação livre que alimentava o movimento, deu-se uma verdadeira batalha pela comunicação que é cheia de lições para o futuro da relação entre comunicação e poder. Porque Mubarak não se deteve diante de nada. Pela primeira vez na história, tentou a grande desconexão, o fechamento total da internet e das redes móveis e a recepção de satélite. Por outro lado, usou a violência para intimidar e subjugar os jornalistas. E fracassou. A grande desconexão não funcionou: não foi tecnologicamente possível porque se usaram canais alternativos, como a rede Tor; porque as linhas de telefone fixo se conectaram por modem com o exterior e de lá com o Egito, com ajuda do Google, Twitter e outros, por meio do Twitter, fax e rádio de ondas curtas; porque as perdas econômicas da incomunicação eram insustentáveis, e porque o país parou de funcionar.
                 Por seu lado, os jornalistas reagiram com uma coragem extraordinária e mantiveram a informação, inclusive subindo o tom de suas críticas ao regime. Foi significativo nos EUA que um Anderson Cooper, cabeça visível da CNN, saísse tão indignado com o que viu e com as pancadas que levou que transformou a CNN em plataforma de denúncia de Mubarak e de crítica à timidez de Obama, o que foi determinante na mudança de atitude do governo dos EUA. Esta mudança teve um papel chave na intervenção do exército para destituir Mubarak e abrir uma transição democrática.
                  O exército foi o fator determinante, mas só porque a revolta popular, legítima e pacífica, sem tons islâmicos nem liderança política, criou uma situação em que só uma repressão maciça e sangrenta poderia conter a mudança. Uma repressão desse nível chocava-se diretamente com o pedido expresso de Obama de que não se usasse a violência. Gates o repetiu várias vezes ao general Hafez Enan, chefe do Estado Maior e seu homem no Egito, consciente do 1,2 bilhão de dólares por ano que recebem. E por outro lado, os comandantes mais jovens não teriam seguido a cúpula militar corrupta que, no controle da situação, ainda pensa em manipular a transição em seu proveito. Mas o decisivo foi que os cidadãos, começando por alguns bravos, venceram o medo. E essa conquista se produziu nas várias redes de comunicação, na internet e nas ruas, onde eles construíram e sentiram sua comunidade.

Antifãs e a propaganda de seus alvos na rede.

A pesquisadora Adriana Amaral publicou ontem em seu blog uma entrevista concedida à revista Época e uma análise acerca da prática de antifãs na internet. Intitulado "Antifãs e as disputas simbólicas nas redes", o post trata da propaganda que, mesmo negativamente, pessoas fazem sobre uma banda ou artista e passam a contribuir, ainda que não seja esta a intenção, para a disseminação do alvo. Se por um lado essa disseminação contribui para que a banda/artista se torne conhecido(a) por um maior número de pessoas, por outro o que se diz sobre a banda também deve ser considerado. No caso, o que os antifãs fazem comumente é publicar duras críticas aos artistas de que não gostam.

Trata-se de uma questão básica sobre quantidade x qualidade que, além de fazer parte das críticas cotidianas entre fãs e antifãs na rede, podem tomar outras proporções e gerar conflitos entre os próprios artistas, quando estes passam a aderir às causas dos fãs ou eles mesmos engendrarem a crítica.

No cenário do rock nacional, esse embate simbólico tem se tornado mais expressivo e adquirido suporte, quando diz-se que o Rock perdeu parte da essência de crítica, contestação  e revolta ao ser vestido de roupas coloridas e músicas para públicos infanto-juvenis. Houve até um momento de disputa nos Trending Topics do Twitter no Brasil que revelavam essa tensão: enquanto muitos defendiam #MenosCorMaisRock, outros tantos postavam #MaisCorMenosPreconceito.

Como enfatiza Adriana Amaral, "a questão dos antifãs é muito mais comportamental, estética e cultural do que tecnológica" e precede a época da internet, mas ganha maior espaço discursivo e debate na rede.

A seguir, alguns vídeos de expressão antifã que criticam a postura de bandas do gênero "Rock Colorido":





terça-feira, 7 de junho de 2011

Compartilhamento.



Nesses tempos de internet, o compartilhamento da informação se tornou uma das principais - senão a principal - forma assumida de trocas de produtos simbólicos no mundo contemporâneo (entenda por produto simbólico tudo aquilo que seja capaz de ser consumido em termos virtuais: uma música, um filme, uma informação, um livro, um documento etc.).

Sem substituir a forma comum de obtenção de bens - mediante a troca de produtos pelo dinheiro -, no entanto, o compartilhamento de informações passou a ser uma das principais práticas da cibervida e dependente dele para a manutenção da existência desta.

Entendemos o atual momento como a era da informação devido, além de outras coisas, a característica básica de ser o período histórico que pela primeira vez trabalha com a produção de informação como foco principal dos imperativos do capitalismo. Assim, diante das novidades técnicas e tecnológicas, surgem novas formas de mobilidade social, sejam elas positivas ou negativas. O processo cada vez mais acentuado de robotização para a substituição de mão de obra, a necessidade de um indivíduo formado mais refinadamente para lidar com as demandas comerciais voltadas ao conhecimento especializado de acordo com os interesses da empresa (esta, por sua vez, exigindo-lhe e aplicando-lhe novas práticas provenientes do movimento comercial que se cria através da lógica da "aldeia global" e da vida na Internet), só para citar alguns moldes pelos quais a relação trabalhador-chefe se complexifica, demonstra como o conhecimento tem superado a força braçal para se manter empregado em alguma empresa ligada nas novas demandas mundiais.

Do lado positivo, vemos o surgimento de novas formas de emprego, as quais demonstram maior flexibilidade sobre a carga horária e a produção muitas vezes se une ao lazer de quem produz. Casos como o "ócio criativo" (estudado pelo Sociólogo Domenico de Masi, pode ser COMPARTILHADO aqui) enquanto modalidade de produção são criados dentro dessa nova perspectiva do trabalho. De fato, não há motivos para dizer que essas novas formas de trabalho deixem de fazer parte do processo de exploração. Temos sim, no lugar de uma exploração fisica, uma exploração intelectual (termo inaugurado, acredito, desde a profissão de tutores e professores), o que nos faz pensar como o capitalismo tem se entranhado cada vez mais em meios domésticos, e como tem sido preocupantemente excludente, como aponta JOsé Tapias em Internautas e Náufragos.

Mas voltando à reflexão acerca do compartilhamento, este se encontra como um fator positivo da era da informação. Hoje, por exemplo, ficou muito mais fácil procurar informações sobre livros, sem contar a possibilidade de tê-los em nossa casa. O consumo da cultura também se expande, como é o caso de as limitações para alcançar objetos culturais como filmes, peças, músicas e a própria literatura dependerem mais de nossa curiosidade em conhecer coisas novas quando estamos online do que das limitações espaciais e sociais em que nos encontramos.

Um problema básico do compartilhamento, no entanto, compreende a questão dos direitos autorais. Ficou muito mais difícil ter controle sobre aquilo que você produz e que coloca na rede. Desde a advertência das instituições educacionais contra o plágio de trabalhos até os cuidados com as estratégias de publicação de material artístico por parte de uma gravadora, por exemplo, a questão dos direitos autorais emerge e passa a ser um caso de crime contemporâneo.Mas não se trata de um problema causado somente pela internet. As cópias de textos (consideradas crime várias vezes) e a pirataria vêm um pouco antes e já alimentavam o debate sobre os direitos autorais.

Há quem, no entanto, consiga tirar vantagem disso ao acreditar que ser contra novidades como o compartilhamento, renda qual renda for, é estar cavando o próprio buraco. Seguindo as tendências da internet, as estratégias de divulgação de um livro ou um álbum de músicas nas mídias sociais, por exemplo, tem se mostrado um meio alternativo de alcançar ao máximo o maior número de pessoas. Exemplos como o da banda Detonautas, que decidiu se tornar independente depois de quase 10 anos fazendo parte da Warner Brasil e da Sony & BMG, são radicais e tornam o meio virtual não como um simples meio alternativo, mas o meio principal de divulgação. Aposto particularmente que este seja o caminho pelos quais o universo artístico passe a caminhar com mais frequência, assim que descobrir os fatores positivos do compartilhamento online. Acredito que com cada vez mais adesão a essa prática, estejamos prestes a ver uma nova revolução cultural através do compartilhamento. 

Outros artistas também tem aberto os olhos para isto e saído das dependências da relação da gravadora com as rádios e TV nacionais, divulgando seus materiais em diversas maneiras, como os serviços de streaming de transmissao de músicas e shows, como fazem diversas bandas atualmente.

Enfim, são exemplos de como o compartilhamento tem se tornado fundamental para a sobrevivência e o desenvolvimento de estratégias de ação em tempos contemporâneos. Fazer com que a informação chegue ao maior número de pessoas é como semear um fruto que poderá trazer riqueza depois, se somado aos meios comuns de arrecadação de capital com a venda de materiais físicos ou mesmo online, ou de ingressos para performances.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Ciberativismo

"O ciberativismo, ou ativismo online é definido pelo uso da Internet por movimentos politicamente motivados. Nesse contexto os ativistas se apropriam das vantagens das tecnologias e das técnicas oferecidas pela internet para alcançarem seus objetivos. " 


Neste excerto acima, @ronaldfar esclarece (em seu blog ) o conceito de Ciberativismo. Abaixo, temos alguns vídeos do programa Mod MTV sobre o uso de tecnologias - como a internet - para o exercimento da cidadania.







Essas informações abrem espaço para uma reflexão fundamental: conforme se modificam bases técnicas e tecnológicas e seu consumo popular, modificam-se também os hábitos humanos diante de seus usos. Tais hábitos podem ser compreendidos como fruto do processo de adaptação da vida às novidades que passam a fazer parte do cotidiano. Mas não é só na adaptação aos usos dessas tecnologias que seu consumo se torna possível. O próprio indivíduo, em contato com tais tecnologias - que são, na era da informação, eminentemente flexíveis - adaptam as próprias tecnologias às suas necessidades, ou seja, reestruturam seus usos para determinados fins, até então não pré-estabelecidos.

Em termos políticos, isso significa muita coisa. Desde o desenvolvimento da escrita, tornou-se possível o uso da técnica para manter formas de dominação de uns sobre outros. Aqueles que dotariam de aprendizado para a leitura tinham acesso a fontes de conhecimento se encontravam numa posição privilegiada de mobilidade social em relação aos analfabetos.

Mais recentemente, a televisão se tornou objeto de consumo bem aceito nos seios familiares - e portanto na extensa sociedade - por sua dinamicidade de usar meios imagéticos e sonoros para produzir informação, além das novidades da reprodução das práticas humanas na telinha. Até então, mantinha-se uma estrutura de dominação do poder, visto que o que era consumido pela população era decidido pelo grupo de interesses que variavam desde os donos dos meios de comunicação às recomendações de políticos - o que significa uma manipulação da informação. Esse problema, inclusive, continua atualíssimo. O @fleming_al postou uma matéria sobre políticos e meios de comunicação em seu blog, vale a pena conferir.

A crítica às manipulações dos meios de entretenimento em massa chegou a ser feita por frankfurtianos como Adorno, Horkheimer e Benjamin. Este último, inclusive, via na tomada da produção cinematográfica pelos "manipulados" como uma forma de "dar a volta por cima" sobre essa estrutura de dominações.

Enfim, chegamos à flexibilidade proporcionada pela era da Internet. Diferentemente da comunicação de mão-única que a TV, o cinema e o rádio forneceram, essa nova forma de comunicação (que faz parte do projeto globalizado de expansão capitalista) foi discutida entre prometéicos e  fáusticos - como foi bem apresentado por @chicorudiger em As Teorias da CIbercultura -, em concepções que variavam da internet enquanto libertadora a aprisionadora. Um debate que, no fim das contas, não passam de tipos ideias (a la Weber) para nos fazer refletir que o ser humano, enquanto ser reflexivo, pode adequar essa tecnologia para satisfazer suas necessidades, sem acompanhar necessariamente o processo de mão-única de apropriação do conhecimento encontrado nas formas tecnológicas precedentes. Isso não tira, no entanto, os riscos de manipulação de empresas que se destacam na era informacional. Mas a era atual é muito mais aberta para o uso e compartilhamento de informações contra formas de opressões, seja dessas empresas, seja de sistemas éticos e políticos criticáveis.

Portanto, não podemos negar que estamos num período inédito para a vida política e social com o surgimento do ciberativismo, o ciberespaço, a cibercultura, enfim, a cibervida.

E você, como qual posicionamento tem ao utilizar a internet? Apenas pra consumir ou pra produzir também? Apenas pelo entretenimento ou também pra manifestar?


OBS: Segue um vídeo do @AumentoNaoAL, um movimento organizado através das mídias sociais e levado à prática pra protestar contra o aumento do salários dos deputados alagoanos. Eu, @ronaldfar e @fleming_al estávamos lá.




O #EBAlagoas e a vida prática da Internet

O Encontro de Blogueiros Alagoanos (#EBAlagoas) surgiu com o objetivo de integrar os blogueiros do estado de Alagoas e promover o conhecimento pessoal acerca das figuras que tornam a blogosfera de Alagoas dinâmica, além de buscar significados e compreender melhor como a blogosfera se configura e seu papel na realidade alagoana. Desde o primeiro encontro, ocorrido dia 12 de fevereiro de 2011 houveram outros 2, (26 de março e 11 de maio), notando uma progressiva participação de atores do mundo virtual no evento e contribuindo para que o mesmo se tornasse importante no estado de Alagoas.




III EBA, no Espaço Cultural Linda Mascarenhas - 11/05/11


Nesse mês de junho, o #EBAlagoas terá sua quarta edição, dessa vez no auditório da Biblioteca Central da Universidade Federal de Alagoas, cotado para o dia 21. A ideia é que se integrem não somente os blogueiros, mas tuiteiros também, uma vez que nota-se a massiva participação de usuários alagoanos da rede social Twitter, ferramenta que não deixa de ser um blog (na verdade, um microblog). Portanto, todos estão convidados a participar desse evento, que promete mais uma vez ser sucesso garantido!

Em breve a programação!

Organizadores: @PaulaMontnegro e  @ronaldfar

Mais informações sobre o #EBAlagoas: