A pesquisadora Adriana Amaral publicou ontem em seu blog uma entrevista concedida à revista Época e uma análise acerca da prática de antifãs na internet. Intitulado "Antifãs e as disputas simbólicas nas redes", o post trata da propaganda que, mesmo negativamente, pessoas fazem sobre uma banda ou artista e passam a contribuir, ainda que não seja esta a intenção, para a disseminação do alvo. Se por um lado essa disseminação contribui para que a banda/artista se torne conhecido(a) por um maior número de pessoas, por outro o que se diz sobre a banda também deve ser considerado. No caso, o que os antifãs fazem comumente é publicar duras críticas aos artistas de que não gostam.
Trata-se de uma questão básica sobre quantidade x qualidade que, além de fazer parte das críticas cotidianas entre fãs e antifãs na rede, podem tomar outras proporções e gerar conflitos entre os próprios artistas, quando estes passam a aderir às causas dos fãs ou eles mesmos engendrarem a crítica.
No cenário do rock nacional, esse embate simbólico tem se tornado mais expressivo e adquirido suporte, quando diz-se que o Rock perdeu parte da essência de crítica, contestação e revolta ao ser vestido de roupas coloridas e músicas para públicos infanto-juvenis. Houve até um momento de disputa nos Trending Topics do Twitter no Brasil que revelavam essa tensão: enquanto muitos defendiam #MenosCorMaisRock, outros tantos postavam #MaisCorMenosPreconceito.
Como enfatiza Adriana Amaral, "a questão dos antifãs é muito mais comportamental, estética e cultural do que tecnológica" e precede a época da internet, mas ganha maior espaço discursivo e debate na rede.
A seguir, alguns vídeos de expressão antifã que criticam a postura de bandas do gênero "Rock Colorido":
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